25 de maio de 2012

Ricardo Batalha conta como era ser fã d'A Chave do Sol na década de 1980

Atuante na cena headbanger underground desde meados dos anos oitenta, o jornalista Ricardo Batalha é redator-chefe da Rodie Crew "A Revista de Heavy Metal do Brasil" (http://www.roadiecrew.com/). Para ocasião do re-lançamento dos discos que  A CHAVE DO SOL gravou com a "Baratos & Afins" (o compacto de 1984 e o EP de 1985), Batalha relembrou suas experiências de fã desta banda, elaborando um texto para o encarte do cd "dois em um". Este relato também está no site do selo de Luis Calanca (http://www.baratosafins.com.br/a_chave_do_sol.html/), que tenho o prazer de reproduzir agora. Espero que tod@s gostem!!!

Fran, Rubens, Zé Luiz & Luis Domingues
"A CHAVE É O SHOW", por Ricardo Batalha.

"Muitas bandas nacionais da atualidade que usam a virtuose explícita em sua sonoridade devem muito ao trabalho da paulistana A CHAVE DO SOL, formada em meados dos anos 80. A sonoridade da banda aliava o puro Hard Rock com Jazz e até mesmo toques sutis do Heavy Metal. Na formação original desta ‘Jazz Metal Rock band’ estavam Rubens Gióia (guitarra), Fran (vocal), Luiz Tiguêis (baixo) e Zé Luiz (bateria). Mas, ao longo dos anos, A CHAVE teve o privilégio de poder contar em suas fileiras com músicos de renome mundial da atualidade, como os guitarristas Eduardo Ardanuy (DR. SIN) e Kiko Loureiro (ANGRA), além de Ivan Busic, baterista do DR.S IN. Os mais saudosos devem se lembrar do programa “A Fábrica do Som”, da TV Cultura, emissora que sempre teve o objetivo de democratizar a música, seja ela erudita como nos primeiros dias, como para o cenário do Rock nacional. O programa, além de ter mostrado a cultura do Pop/Rock dos anos 80, revelando inúmeras bandas, tinha como música de abertura uma composição instrumental d' A CHAVE DO SOL.


"O público ficava boquiaberto com a qualidade de som que vinha dos PA’s. O carismático Rubens fritava solos extremamente melódicos com sua Les Paul ou com a Jackson “rabo de peixe”. Zé Luiz tocava e solava como os mestres do Jazz, mas mantinha a postura ‘rocker’ intacta e mandava ver quando o andamento da música pedia uma pegada mais forte. Fran sabia aquecer uma platéia, era dotado de uma boa voz e usava um visual característico, nem sempre compreendido pelos saudosistas mais radicais. Tiguêis além de dominar como poucos seu Fender Jazz Bass, sabia como transmitir os recados ao público. Todos que compareciam a um show d' A CHAVE tinham plena consciência de que durante o set haveria o espaço reservado para “os recados do Tiguêis”.




"Tanto ao vivo como em estúdio, a banda conseguiu transmitir seu recado e este CD que você tem em mãos é o retrato da primeira fase da banda, que durou até meados de 1986. Depois, a formação foi alterada, com a entrada de Beto, ex-guitarrista e vocalista do ZONA FRANCA (nota: antes ele havia sido vocalista do grupo de A.O.R/Hard Rock ZENITH) e mais tarde a substituição de Zé Luiz para seu xará, Zé “Vinny Appice” Luiz, que tocava no JAGUAR. O som tomou um rumo mais próximo da linha do WHITESNAKE, mas a competência foi mantida e a legião de fãs que acompanhava a banda continuava a crescer e cantar os novos hits, como “Sun City”. Assim como um bravo guerreiro A CHAVE DO SOL sobreviveu até onde foi possível. Mudou de nome para A CHAVE, posteriormente para THE KEY, lançou outros ótimos trabalhos, mas com a mudança brutal no cenário do Hard Rock e do Heavy Metal para parâmetros sonoros mais brutais e agressivos a chama foi se apagando.


"Com mais esta brilhante iniciativa, a Baratos Afins fará você relembrar a velha magia do Rock nacional de uma época mais pura em que A CHAVE DO SOL estava no topo, sempre bem acompanhada por nomes como Centúrias, Harppia, Platina, Korzus, Salário Mínimo, Abutre, Stress, Made In Brazil, Patrulha do Espaço, Vírus, Lixo de Luxo, Karisma, Ethan, Gozometal, Santuário, Spectrus, ANO LUZ, Antítese, Mammoth, Anacrusa, Nostradamus, Performances, Deimos, Viúva Negra, Anthro, Avenger, Metalmorphose, Azul Limão, Excalibur, Titânio, Microphonia e dezenas de outros".

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