Como minha formação não é em jornalismo, optei em conduzir a pequena entrevista - feita por e-mail - com perguntas bem abertas, que possibilitassem ao interlocutor (Rubens, no caso), discorrer à vontade; ainda sob o risco de se perder o objetividade da réplica. Também não quis perguntas diretas ou "bobinhas" (exemplo, 'o que você está achando do blog), no intento de ir ao ponto do que interessa à todos nós, fãs de Hard Rock. Deixe sua opinião, dúvida ou sugestão no espaço de comentários e ótima leitura!
O CACHORRO QUE CURTIA BLUES, O QUE É E O QUE PASSOU.
por Willba Dissidente*.
Rubens Gióia no Victoria Pub em 1983. |
01 . Quando a banda carioca
METALMORPHOSE voltou à ativa em 2009, comemorando os 25 de seu primeiro disco,
eu conversei – informalmente – com o baixista André Bighinzoli, que me contou
sobre os planos do grupo de relançamentos e gravação de material inédito. Ao
longo destes 03 anos, muito do que ele me contou realmente aconteceu. Então, eu
pergunto, quais são os planos de retorno d ‘ A CHAVE DO SOL? Em boas palavras:
o que devemos esperar dessa volta?
Rubens Gióia: A expectativa era grande...mas tanto o Zé hoje no VIOLETA DE OUTONO e o Luiz na banda PEDRA inviabilizam...quase aconteceu, mas como estão trabalhando ativamente não foi possível. Com a aquiescência deles montei uma nova formação, até porque A CHAVE DO SOL é uma franquia minha, criada quando eu tinha 14 anos, e está em estudos...quem sabe em algum momento uma reunião seja possível, nos damos bem.
02 . Cada uma das vezes que A CHAVE DO SOL retornou, você trouxe consigo uma nova formação, sempre com músicos expressivos e experientes em rock pesado. Como foi o processo de seleção do time atual d ‘ A CHAVE DO SOL?
Rubens Gióia: A expectativa era grande...mas tanto o Zé hoje no VIOLETA DE OUTONO e o Luiz na banda PEDRA inviabilizam...quase aconteceu, mas como estão trabalhando ativamente não foi possível. Com a aquiescência deles montei uma nova formação, até porque A CHAVE DO SOL é uma franquia minha, criada quando eu tinha 14 anos, e está em estudos...quem sabe em algum momento uma reunião seja possível, nos damos bem.
02 . Cada uma das vezes que A CHAVE DO SOL retornou, você trouxe consigo uma nova formação, sempre com músicos expressivos e experientes em rock pesado. Como foi o processo de seleção do time atual d ‘ A CHAVE DO SOL?
Rubens Gióia: Respeito musical e amizade...basicamente...e respeito à essência da Chave.
Rubens ao vivo no Clube Sete Praias, em Interlagos (São Paulo), durante o "Outubro Music Festival", 1986. |
Rubens Gióia: A Chave mais notória, que se pautava pelo perfeito entendimento do Zé, mais jazzista, e o Luiz, um músico completo e eclético...acho que o peso vinha das minhas mãos...
04 . Quando você não quis mais continuar com a banda em 1987, o sucederam guitarristas que se tornaram muito famosos no metal nacional – Eduardo Ardanuy (DR. SIN) e Kiko Loureiro (ANGRA). Estes músicos, entretanto são de outros gêneros musicais de metal, enquanto que você manteve-se no ‘mesmo estilo de som’ na PATRULHA DO ESPAÇO e no YANKEE. Você nunca cogitou fazer um outro estilo de mais aceitação comercial para atingir maior sucesso?
Rubens Gióia: Nunca entendi arte como comércio, apesar de querer subsistir dela...saí justamente porque A CHAVE DO SOL estava tomando rumos mais mercadológicos que artísticos.
05 . O grupo mineiro HOLOCAUSTO fez um disco, Campo de Extermínio (1987), abordando o nazismo de maneira que há muitos que o acuse de apologia ao regime de exceção. A CHAVE DO SOL possui músicas que tem postura política oposta à citada, denunciando desigualdades sociais e a opressão. Quem assistiu o documentário “Ruido das Minas (2009)” viu o HOLOCAUSTO afirmar que apenas contava uma história da Segunda Guerra Mundial e não apoiava o Reich. E A CHAVE DO SOL, uma música como Sun City somente conta a história da lutas dos negros, ou a banda acreditava na mensagem passada?
Rubens Gióia: No nosso caso acreditávamos e certamente acreditamos...sempre achamos que a arte é uma arma poderosa...temos posições humanísticas e achamos que pudéssemos ser um instrumento de conscientização...não panfletária nem partidária, mas a serviço de levar opinião e esclarecimento...quem foi às nossas gigs no Lira Paulistana viu uma mistura de som, performance, literatura e atitude...creio...
A CHAVE DO SOL clássica, antes da gravação do primeiro compacto. Zé Luis (bateria), Luiz Domingues (baixo) e Rubens Gióia (guitarra). |
06 . Conversando com Nivaldo da loja STAND UP, galeria do rock de São Paulo,
ele me contou que quando tocava com a banda SUBURBIO (que incluiu o guitarrista
Edgar Scandurra) fez um show com A CHAVE DO SOL na Av. Ibirapuera numa casa
chamada APonto. Isso ocorreu entre 1978 e 1980, época que o grupo contava com
Dedé e Silvio, antes do início oficial da banda em 1982. A CHAVE SOL antes do
Luiz Domingues e do Zé Luis era o mesmo grupo? Há alguma estória interessante
dessa época que você queria contar ao blog?
Rubens Gióia: Tá bem informado, hein? Realmente...foi uma das casas mais bacanas que conheci...Aponto...como falei, A CHAVE DO SOL foi um sonho meu de adolescência...nesta busca entrei na SANTA GANGUE e lá conheci estes tipinhos que compraram meu sonho...posso dizer que A PATRULHA DO ESPAÇO, na pessoa do Jr (nota: Rolando Castello Júnior) , foi o Grande padrinho...o conheci neste bar e ele abriu a casa dele pra que eu assistisse ensaios e até emprestar equipamento pra essas gigs no bar...vale ressaltar uma vocalista que tivemos, a Verônica...uma moça de 1.80 modelo loira com a voz da Tina Turner, que eu conheci num bar chamado Deixa Falar, antes be bop alula que lançou MUTANTES e TERÇO...aliás, palco da primeira jam da CHAVE DO SOL mais conhecida...a primeira vez em que tocamos juntos eu, Zé e Luis, compusemos 18h, que seria nosso primeiro “hit”. Além de Scandurra, neste bar eu vi o grande guitarrista Renato Ribeiro e o embrião do ULTRAGE À RIGOR, entre outros... O Aponto bar virou uma segunda casa pra mim...conviver com músicos desse naipe foi determinante...interessante é que havia um São Bernardo, o cão mesmo, que só saía da casinha dele quando se tocava blues...o palco era suspenso e ele se posicionava em baixo e à frente uivando...AUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!...tempos bons, honestos e livres...
Agradecimentos especiais aos amigos Rubens Gióia, pelo tempo e atenção, e ao Luiz Domingues, que cedeu as imagens que ilustram essa matéria.
Rubens Gióia: Tá bem informado, hein? Realmente...foi uma das casas mais bacanas que conheci...Aponto...como falei, A CHAVE DO SOL foi um sonho meu de adolescência...nesta busca entrei na SANTA GANGUE e lá conheci estes tipinhos que compraram meu sonho...posso dizer que A PATRULHA DO ESPAÇO, na pessoa do Jr (nota: Rolando Castello Júnior) , foi o Grande padrinho...o conheci neste bar e ele abriu a casa dele pra que eu assistisse ensaios e até emprestar equipamento pra essas gigs no bar...vale ressaltar uma vocalista que tivemos, a Verônica...uma moça de 1.80 modelo loira com a voz da Tina Turner, que eu conheci num bar chamado Deixa Falar, antes be bop alula que lançou MUTANTES e TERÇO...aliás, palco da primeira jam da CHAVE DO SOL mais conhecida...a primeira vez em que tocamos juntos eu, Zé e Luis, compusemos 18h, que seria nosso primeiro “hit”. Além de Scandurra, neste bar eu vi o grande guitarrista Renato Ribeiro e o embrião do ULTRAGE À RIGOR, entre outros... O Aponto bar virou uma segunda casa pra mim...conviver com músicos desse naipe foi determinante...interessante é que havia um São Bernardo, o cão mesmo, que só saía da casinha dele quando se tocava blues...o palco era suspenso e ele se posicionava em baixo e à frente uivando...AUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!...tempos bons, honestos e livres...
Agradecimentos especiais aos amigos Rubens Gióia, pelo tempo e atenção, e ao Luiz Domingues, que cedeu as imagens que ilustram essa matéria.
* Willba Dissidente é fã das bandas de Hard Rock e Metal das décadas de 70 e 80, dois mais variados países. De maneira diletante, ele escreve no site Whiplash, edita vídeos e legenda curtas, longas e média-metragens; além de ter se envolver com eventos de Rock esporadicamente. "Tratamento mainstream ao underground" é seu lema em todos esses hobbies.
é isso ai,mais um pedaço da história dessa grande banda paulista, caras muito gente boa e que são humildes acima de tudo.
ResponderExcluirpor isso estão ai sendo lembrados.
Abraços ao Rubâo e ao Luiz Domingues.
Saudações Marcos Awake! Tudo bom?
ResponderExcluirObrigado por continuar nos acomapanhado. Espero que esteja gostando do conteúdo do blog. Fique ligado, pois tenho mais material inédito surpreendente para postar. Ah sim, O Rubens e o Luiz rulez!
Abrxxx!
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