R.A.M.O.N.G.O.S. Fonte: divulgação. |
Cerca de 10 minutos antes do horário previsto, mas com 70% da lotação atingida, os R.A.M.O.N.G.O.S., anunciaram o início de sua apresentação. Antes da segunda música ser anunciada, não só todos lugares estavam cheios, como já havia gente de pé os prestigiando. O som do grupo é uma improvavél releitura de músicas do RAMONES em arranjos blues e folk. Quem é fã da banda deve conferir para se surpreender, quem não está familiarizado com os originais, pode até estranhar, mas o fato que é os R.A.M.O.N.G.O.S. balançaram a Galeria Olido. Se engana quem pensa que a banda levou só os clássicos como 'Do You Rock'n'Roll Radio?' e 'Sheena Is a Punk Rocker' ("quem não conhece boa gente não é"), pois os R.A.M.O.N.G.O.S. detonaram versões de sons menos famosos como 'Animal Boy', 'I Wanna Be Well' e 'The KKK took my baby away' (que foi a abertura do show) . Digna nota também foi a presença da banda bricando com o público. Haviam uns desavisaos pedindo AC/DC, ao que o vocalista respondeu: 'O Johnny Ramone, não era muito chegado, ele preferia BLACK SABBATH', muito bom!
AS RADIOATIVAS. Fonte: Divulgação |
Logo na sequência, com todas cadeiras ocupadas e muita gente de pé de ambos os lados, AS RADIOATIVAS começaram a tocar um rock alternativo agitado que agradou os presentes. As integrantes demonstraram performance animada, o que ajudou para empolgar a platéia. Como não conheço deste estilo de som, fico pobre para comentar mais do show das moças, que ainda incluiu cover de I Wanna Be Your Dog, clássico do THE STOOGES.
Foto: Felipe Carvalho. |
Meia hora passou com a lotação da casa só fazendo crescer. Os músicos d' A CHAVE DO SOL trabalhavam arduamente para conectar seus instrumentos e passar o som. Logo, eles começaram a interagir com a platéia brincando que o baterista é sempre o mais demorado. Um pouco depois, o vocalista Ackua apresenta a banda, ressaltando que a primeira música da apresentação vinha de uma fita K7 encontrada essa semana numa mina de sal na Coréia! (?!). A brincadeira dizia respeito à música 'Saudade', oriunda de uma demo tape de 1986. O fato é os trabalhadores foram muito esforçados na filão desta mina, tanto que na próxima semana essa demo deve estar diponível no blog.
Com sua levada hard rock de meados da década de oitenta que culmina num belo e pegajoso refrão, 'Saudade' só não empolgou mais os presentes por essa canção ainda ser desconhecida. Eu estava super feliz e surpreso com essa escolha de música inicial, pois essa é uma ótima composição do Beto Cruz e quase uma semana depois ainda me encontro cantarolando 'me dê um sonho pra que eu possa sonhar, isso nõ faz mal, só um sonho não faz mal...'.
Foto: Leandro Almeida |
Esbanjando simpatia e boa performance, Ackua anuncia que o próximo som será um blues dos anos oitenta. Os acordes iniciais de 'Keep me Warn Tonight', do disco The Key, ecoam pelo salão, agora realmente levando a platéia a agitar. Infelizmente, um desvio técnico também trouxe uma microfonia que ia e vinha e junto o som da guitarra de Gióia se tornou muito baixa. Isso impediu o completo delírio do salão. O próximo som era uma homenagem ao DEEP PURPLE (nota: então não se podia imaginar a tragédia que ocorreria dois dias depois, com o falecimento do Jon Lord). Burn começava a rolar e os problemas persistiam. Notório foi o jogo de cintura da banda, ao executar este clássico sem um instrumento (o teclado), alternando solos de baixo (cortesia de The Crow) e guitarra numa versão muito especial. Cientes dos problemas e preocupados com o som, a banda brinca com a platéia (ficavam gritando 'Corinthians', o que achava ser uma brincadeira com o guitarrista, mas ao baterista gritar 'aqui é São Paulo' com os presentes, percebi que podia estar enganado, rs) antes de começar um de seus maiores clássicos, 'Sun City', novamente do disco de 1987, que incluiu um solo de bateria de Pedro, uma volta ao riff e então foi anunciada o fim da apresentação. "Keep on Rockin'", se despediu o vocalista.
Foto: Leandro Almeida |
Nessa hora muitos foram falar com a banda, tirar fotos e autografar LP's d' A CHAVE DO SOL e do INOX, e a banda se mostrou muito feliz e receptiva com os fãs. Algumas pessoas foram embora tristes com a curta duração da apresentação. Mais tarde o guitarrista Rubens Gióia me confidenciou que o grupo teve de acabar mais cedo o show por ter estourado o horário de fechar da galeria. Algo que quero frisar bem foi a competência d' A CHAVE DO SOL, ao longo da apresentação. Já assistiu shows de bandas experientes que, enfrentando problemas semelhantes em relação a passagem, de som levaram as mãos à cabeça em desespero, o que NÃO ocorreu aqui. Os músicos souberam lidar com a interpérie sem nem peder o sorriso na face, estando super à vontade no palco improvisado. The Crow era o mais centrado, e tocava exemplarmente seu baixo. Rubens brincava com a platéia o tempo todo, tocando de com o pedestal e fazendo os malabarismos de guitarra que o fizeram notório. Ackua é um frontman de primeira, que não desafina e sabe se movimentar. Pedro segurou super o legado de José Luis Dinola, com sua pegada firme e pesada na bateria.
Logo ao final do show me perguntaram se eu não me arrependia de ter vindo de Minas Gerais "só" para isso. Respondi que me sentia triste por ter esquecido minha máquina fotográfica e não ter tido como trazer meus lp's pare serem assinados, nunca do show. Inclusive, no próximo show irei corrigir isso. Conclusão deste sábado: A CHAVE DO SOL ainda tem muita Luz para brilhar!!!
CLIQUE AQUI para conferir a nova A CHAVE DO SOL levando Sun City na Galeria Olido, filmagem de Leandro Almeida, a quem o blog presta seus agradecimentos. Thanks dude, you rock!
Foto: Leandro Almeida. |
Set-list:
01 .Saudade
02 . Keep Me Warn Tonight
03 .Burn
04 . Sun City
05 . Solo de bateria / finalização.
Rubens Gióia - guitarra, backing vocal
Ackua - Vocal
Fernando Costa - baixo
Pedro "The Crusher" - bateria.
Isso ai Will! Temos q sempre prestigiar o underground. Resenha mto bem escrita! Abs, Clebão!
ResponderExcluirValeu, Clebão! Aquele abraço e saudades! Obrigado pelos elogios!
ResponderExcluir